Dia Internacional de Luta contra o Racismo será tema do Sarau Mahin neste sábado (25), em São José

23/3/2017 - O Quilombo Raça e Classe e Drummond Punk realizam no próximo sábado, dia 25, mais uma edição do Sarau Mahin, com atividades culturais e de debate racial. A atividade será realizada no Jardim Imperial, na zona sul de São José (Rua Felisbina de Souza Machado, 112).

A atividade vai marcar o Dia Internacional de Luta contra o Racismo, celebrado em todo mundo no último dia 21 de março. Haverá discussão sobre a questão racial, feira de livros, poesia e muito rap.

Basta de racismo
O dia 21 de março, Dia Internacional contra o Racismo, foi instituído como forma de protesto contra atos de violência racista, praticados por instituições do Estado em todo o mundo.

A data foi aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas) para lembrar o dia 21 de março de 1960, quando estudantes da cidade de Shaperville, na África do Sul, protestavam contra o regime do Apartheid (violenta segregação racial). Durante a manifestação, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. O episódio ficou conhecido como o “Massacre de Shaperville”.

Passados 57 anos, a violência racial e, particularmente, a questão do racismo “institucional”, continua sendo uma das faces mais visíveis e asquerosas do racismo mundo afora. O movimento negro exigiu e ainda permanece em luta pelas reparações e pelo fim do extermínio e do genocídio da população negra em várias partes do mundo.

Ainda hoje, o racismo impera no mundo. A presença de tropas militares, por exemplo, em países ocupados, na maioria das vezes tem como alvo o povo negro. Basta olhar o aumento de investimento pelo governo Trump na Minustah, as tropas militares que ocupam o Haiti.

O povo negro ainda recebe salários mais baixos, é o mais atacado no período de desemprego, é alvo da violência policial, entre outras injustiças. No Brasil, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Mapa da Violência diz que há 138% a mais de chances de um jovem negro morrer do que um jovem branco, e que há 40% a mais de possibilidades de uma mulher negra ser assassinada pelo seu próprio marido, comprovando o aumento do feminicídio negro no Brasil a partir de 2015.

Caso a reforma da Previdência seja aprovada, as mulheres negras serão as mais prejudicadas por começarem a trabalhar mais cedo, por receberem os salários mais baixos e executarem de três a quatro jornadas diárias sem ter efetivamente o direito à aposentadoria.

Os ataques são muitos, mas a resistência do povo negro também é, nos marcos da resistência social e contra as opressões que tem ocorrido pelo mundo, seja com o protagonismo do movimento negro, de mulheres e em defesa dos LGBTs.

“Com o Sarau Mahin, queremos marcar essa importante data, com muita resistência cultural, muito rap e discussão racial”, disse Raquel de Paula, militante do Quilombo Raça e Classe e do PSTU.



Com informações movimento Quilombo Raça e Classe (site CSP-Conlutas)