FALA TONINHO: Disputa política e falta de planejamento paralisam obras e serviços em São José

15/2/2017 - Nas últimas semanas, o governo do novo prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSDB) anunciou a paralisação e a suspensão de obras e serviços que vinham sendo tocadas pelo governo anterior de Carlinhos de Almeida (PT).

A Prefeitura já avisou que não vai fazer a abertura da licitação do BRT (Transporte Rápido por Ônibus) este ano; paralisou as obras do Teatrão, na Vila Industrial; e cancelou mais de 29 mil reclamações/solicitações da população paradas no telefone 156.

O governo alega necessidade de fazer um “pente fino” nas medidas do governo anterior e uma reestruturação interna. Mas, o que estamos vendo é prejuízos à população, como o cancelamento do atendimento de mais de 29 mil pedidos parados na Prefeitura e, ao que tudo indica, sinais da velha prática da política brasileira de obras abandonadas a cada início de novo governo.

O cancelamento por decreto dos pedidos parados no 156 é um exemplo. Há pedidos feitos em 2014 e não atendidos até hoje. No início do governo do PT também havia uma fila semelhante, então herdada do PSDB. Ou seja, trata-se do descaso da Prefeitura em relação às reclamações da população.

No caso do Teatrão, localizado na Vila Industrial, região leste da cidade, Felício alega que vai promover mudanças no projeto e que há suspeita de desperdício e falta de planejamento na construção da creche e no Centro de Ciências.

Chega a ser irônico, já que foi no governo do PSDB, do ex-prefeito Eduardo Cury, que a Prefeitura construiu o chamado “teatro invertido”. O prédio, no Parque da Cidade, foi construído com a frente virada para o lado contrário. Um absurdo que foi tema de reportagem na imprensa nacional. A obra está paralisada até hoje, com embargo na Justiça.

Sabemos que muitas vezes a paralisação de obras ou cancelamento de medidas são decorrentes de problemas reais, como de falta planejamento, desvios de verbas, problemas técnicos e ambientais.

Mas, como no caso da distribuição dos kits escolares este ano, em que o PSDB chegou a contratar os serviços da mesma empresa envolvida no escândalo de 2014 do governo petista, é o roto falando do esfarrapado. É o mesmo modo de governar e quem se dá mal é a população que fica sem serviços públicos e com prejuízos aos cofres públicos.

Por isso, defendemos a criação de Conselhos Populares, formado por trabalhadores, nas fábricas, nos bairros e escolas, que, de fato, decidam e governem a cidade.










Toninho Ferreira é presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal