Ocupação E.E. Matarazzo: a luta secundarista contra as reformas de Temer chega a São José dos Campos
Fotos: Sindmetalsjc/Lucas Lacaz |
A E.E. Benedito Matarazzo, na região sul da cidade, foi ocupada por um grupo de alunos que permaneceram na escola por dois dias, até serem retirados pela Polícia Militar nesta quarta-feira, dia 23. A ação de desocupação acabou sendo efetivada por volta das 12h e, mais uma vez, a PM usou a violência para retirar os alunos, até mesmo arrastando os jovens.
As fotos e vídeos da ação policial falam por si só (fotos em Sindmetalsjc). De forma violenta e totalmente desproporcional, a PM agrediu estudantes, inclusive mulheres. Três jovens foram detidos. Desde o início da ocupação, policiais permaneceram no local, pressionando e ameaçando os alunos para que desocupassem, principalmente durante a madrugada.
“Foi uma ação totalmente desproporcional da PM, que sequer permitiu um acompanhamento da ação dentro da escola. O governo Alckmin, mais uma vez, responde com repressão e violência à luta de estudantes em defesa da educação pública”, afirmou Ernesto Gradella, ex-deputado federal e professor da rede estadual que acompanhou a ocupação desde terça-feira.
“Apesar da desocupação, nesses dois dias, os alunos realizaram uma importante luta que serviu para chamar a atenção da população para os problemas que existem hoje na escola pública e os ataques que estão ocorrendo”, avaliou Gradella.
Para o presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira, que também esteve na ocupação, as lutas estudantis que ocorrem desde o ano passado já demonstraram que é possível derrotar os ataques dos governos e por isso precisam continuar.
“Os governos e a PM respondem com violência e repressão diante da luta dos estudantes secundaristas que toma o país por que sabem que podem ser derrotados. Particularmente, em São Paulo, a postura do governo Alckmin e sua polícia é ainda mais truculenta, depois da derrota que os estudantes impuseram ao tucano no ano passado”, disse.
“Por isso, essa luta deve ser de toda a população, pois está em jogo a escola pública e uma educação gratuita e de qualidade que os governos querem acabar”, disse.