Dia 19, ato político e cultural marcará dia da Consciência Negra na região sul em São José
A cultura hip hop, como o grafite, vai estar presente na atividade |
Além de debates políticos, a programação inclui apresentações de rap, samba, danças, exposição de fotografias, oficinas de arte e artesanato.
Estarão presentes artistas ligados ao movimento, como Priscila Mc, Eliza Herdeiras do Rap, Vandinho, Pra Frente Neguin, Invasores do Vale, Família Rap da Rua (Guarulhos), Lado Oposto, Leoni voz e violão. Haverá dança e poesia nas pausas dos MCs, com Jéssica (poesia), Rita Soul (dança), oficinas de artes e rodas de conversa.
A Marcha da Periferia teve início em 2006 a partir da iniciativa do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, entidade político-cultural que atua nos bairros da periferia maranhense desde 1989. De lá para cá, tornou-se uma atividade de alcance nacional.
Basicamente, dois foram os motivos que deram origem à Marcha: a percepção de que os conflitos contra a juventude negra estavam se intensificando no interior dos seus próprios bairros e a tentativa de construir um polo de esquerda junto à periferia e a população negra, como resposta à adaptação da maioria do movimento negro, que se atrelou aos governos, principalmente do PT.
Este ano, o tema é “Aquilombar para reparar”, no sentido de organizar a população negra e da periferia para lutar pela reparação histórica por séculos de opressão e exploração racista e contra os ataques dos governos. “Queremos resgatar a tradição dos quilombos no sentido da unidade e organização dos oprimidos assim como foi na época de Zumbi dos Palmares”, explica Raquel de Paula, do Movimento Quilombo Raça e Classe e militante do PSTU.
Segundo Raquel, é preciso resgatar a história de luta de Zumbi dos Palmares, Dandara, Acotirene, Panteras Negras, Malcolm X, e tantos outros, não apenas como meros símbolos históricos a serem lembrados apenas na semana da consciência negra.
“Esses lutadores são exemplos de que a luta contra o racismo e contra o capitalismo é uma só e precisa ser travada pelos trabalhadores e pela população negra e pobre das periferias, homens e mulheres”, disse.
A atividade está marcada para acontecer das 15h às 20h e será realizada na rua Felisbina de Souza Machado, n° 112, no Jardim Imperial. O quarteirão entre as ruas Júlio Baranov e José Aulísio será fechado para a realização das atividades.
Convocam a atividade, o Quilombo Raça e Classe, CSP-Conlutas, Sindicato dos Metalúrgicos de SJCampos, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba, ADMAP, Afronorte, Movimento Mulheres em Luta (MML), Alternativa Rádio Comunitária e PSTU.