Dia 16, em São José, audiência pública debate Reforma do Ensino Médio e PEC 241
É para falar dessas graves medidas que mexerão, principalmente, com a vida de todos os trabalhadores e seus filhos(as), que no próximo dia 16 de novembro, acontecerá uma Audiência Pública na Câmara Municipal de São José dos Campos. A Frente “Nossa Escola, Nossa Escolha”, formada por professores, pais e alunos, convoca a atividade, que acontecerá às 18h30, no Plenário Mário Covas.
“O governo e os defensores da PEC 241 e da Reforma do Ensino Médio usam falsos argumentos para enganar a população. Queremos debater as verdadeiras consequências que trarão essas leis e o que está por trás das medidas do governo”, disse Cleuza Trindade, professora da rede pública e integrante da Oposição Alternativa da Apeoesp, que participa a Frente.
“Só a conscientização e a mobilização de alunos, pais e professores poderá impedir o retrocesso sem que o governo Temer e seus aliados querem impor”, afirma a professora.
O Paraná concentra a maior parte das escolas ocupadas: mais de 850. Há também instituições ocupadas em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, no Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
A lista de ataques inclui projetos reacionários que tramitam no Congresso Nacional a medidas unilaterais do governo Temer. São elas, o projeto "Escola sem Partido", a exclusão das questões de gênero dos planos municipais de Educação, a Reforma do Ensino Médio e a PEC 241. Todas no sentido de impedir o pensamento crítico dos alunos, o debate democrático e reduzir os investimentos na educação pública, o que vai piorar drasticamente a qualidade do ensino.
Nas escolas, novamente se assiste o rico e enriquecedor processo de luta que assistimos em 2015, em que os alunos democraticamente discutem, se organizam, dirigem e decidem os rumos da ocupação. Enquanto a política dos governos é de desmonte da educação pública, com cortes de verbas, escolas sucateadas, salas superlotadas e professores mal remunerados, as ocupações demonstram que a escola pode ser transformadora, democrática e de qualidade. Sob controle estudantil, os prédios tornam-se um espaço onde os alunos, de fato, se veem como parte da escola. Os jovens cuidam, limpam, há programação cultural, artística e política.
O notório corrupto ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) foi preso, mas o juiz Sérgio Moro lhe garantiu o privilégio de não ser algemado, fotografo ou filmado. Já os alunos que lutam por uma educação pública de qualidade estão enfrentando invasões, violências, sendo presos e algemados. Sem contar o papel nefasto que o movimento direitista e reacionário do MBL (Movimento Brasil Livre) também está cumprindo, invadindo escolas e agredindo alunos em tentativas de desocupação.
Avançar e unificar a luta
Desde 2013, a juventude tem estado à frente das várias mobilizações que sacudiram o país, como a luta em defesa da educação, à luta contra a cultura do estupro, a homofobia, o racismo. As ocupações nas escolas, juntamente com greves e manifestações que ocorrem por todo o país, dão as condições para construir uma grande mobilização nacional. É hora de construir uma Greve Geral. Só a mobilização dos trabalhadores e da juventude podem derrotar os ataques do governo Temer.
Para relembrar: confira vídeo com alunos da E.E. Moabe Cury, de São José, ocupada em 2015