Manifestantes ocupam Câmara e protestam contra “Lei da Mordaça”

5/8/2016 - Na sessão da Câmara de Vereadores de São José dos Campos, nesta quinta-feira, dia 4, teve início a mobilização para barrar o projeto "Escola sem Partido", de autoria dos vereadores do PSC, Walter Hayashi e Luiz Carlos Mota. Junto com a “Frente Escola sem Mordaça de SJC”, o PSTU participou do protesto.

Formada por sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis e partidos, a Frente reuniu
dezenas de pessoas que se manifestaram na galeria da Câmara, durante a sessão. Faixas e palavras de ordem marcaram o protesto.

Não à lei da Mordaça!
O projeto escola sem partido, apresentado pelos vereadores joseenses, segue o que vem sendo apresentado em âmbito nacional e tramita na Câmara dos Deputados e no Senado. É um projeto reacionário e com caráter totalmente ditatorial, pois quer impedir o debate democrático e crítico entre os estudantes.

O projeto apresentado em São José detalha as supostas obrigações de uma "Escola Sem Partido" (veja abaixo). Uma lista de sete “deveres” e “proibições” aos professores que tolhem totalmente o debate nas escolas. Um dos itens estabelece: “O professor não poderá fazer propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula, nem incitar seus alunos para participar de manifestações, atos públicos ou passeatas”.


“Ao verificarmos essa proposta de lei vemos que o que os governantes hoje querem, principalmente os metidos em escândalos de corrupção como da Lava Jato, como o PSC, é impedir que a juventude proteste, como vem ocorrendo no último período”, afirma Cleuza Trindade, professora da rede pública de São José e dirigente da Oposição Alternativa da Apeoesp.

“Sob o falso argumento do apartidarismo, escondem-se os interesses dos mesmos grupos de sempre, os planos de continuar mandando nos trabalhadores e impedindo que se formem estudantes críticos”, complementa Ernesto Gradella, ex-deputado federal, professor da rede pública em São José e pré-candidato a vereador do PSTU na cidade.

No debate realizado entre candidatos a prefeito pela ACI (Associação Comercial e Industrial), Toninho Ferreira, candidato do PSTU a prefeito de São José denunciou o apoio do PSC e do PSDB ao projeto e afirmou que o partido é contra esse ataque à democracia e à escola pública. “Podem contar conosco na luta para barrar esse projeto absurdo”, disse.

Homenagem à Bolsonaro
Como se não bastasse o absurdo do projeto, o vereador Walter Hayashi propôs conceder a Eduardo Bolsonaro, também do PSC e filho do famigerado fascita Jair Bolsonaro, o título de cidadão joseense. Pai e filho são entusiastas desta “lei da mordaça” como fascistas que são e, no protesto realizado na sessão desta quinta-feira, os manifestantes também afirmaram repúdio a essa homenagem vergonhosa.

“Fascistas, racistas, machistas, não passarão” gritaram os manifestantes. Na sessão de ontem, foi aberto prazo para emendas a esse projeto até o dia 18 de agosto.

A luta vai aumentar
A Frente Escola Sem Mordaça já marcou uma nova manifestação na Câmara no próximo dia 11. A concentração será em frente ao Paço Municipal, às 17 horas, quando será feita uma passeata até a Câmara. O PSTU estará presente.

Abaixo a Lei da Mordaça. Por uma escola com liberdade de expressão, dirigida por pais, alunos e professores!



Leia também: Artigo "Escola sem partido" quer amordaçar estudantes e professores