Punição aos responsáveis pelo massacre de Oaxaca! Toda solidariedade aos professores mexicanos!

23/6/2016 - Desde o último domingo, dia 19, correm o mundo as cenas da brutal repressão aos professores que lutam contra a reforma educacional no México. As forças policiais do governo de Enrique Peña Nieto investiram contra manifestantes na cidade de Nochixtlan, no estado de Oaxaca, matando pelo menos 10 pessoas e deixando outras dezenas feridas e desaparecidas.

Vídeos e fotos veiculados pela imprensa mexicana e nas redes sociais mostram o uso de armas com munição letal e até mesmo disparos efetuados de um helicóptero. A ordem, segundo a Telesur, foi contundente: “atirem para matar”.

O ataque teve início por volta das 8 horas da manhã de domingo durante bloqueio do acesso a Oaxaca. Segundo a população de municípios próximos, o ataque foi brutal e feriu crianças, mulheres e civis que nem participavam das manifestações. O Hospital de Nochixtlan foi cercado por policiais que impediram a entrada de feridos que buscavam atendimento. O acolhimento dessas pessoas se deu em uma Paróquia, com paramédicos e voluntários. No ataque, morreram lideranças do movimento e secundaristas, que já tiveram os nomes confirmados.

A população local se revoltou contra a violência e ameaçou incendiar a fazenda do prefeito Hermínio Chávez Cuevas, que permitiu a ação repressiva da polícia. Antes mesmo dos graves acontecimentos de domingo, centenas de intelectuais, religiosos, estudantes, ativistas e organizações de direitos humanos assinaram um documento que condenou a brutal repressão que vem sendo exercida pelo governo mexicano contra os professores que denunciam o desmonte e a precarização da educação pública.

Peña Nieto implementou a reforma da educação em 2013, como parte de um conjunto de onze reformas neoliberais propostas em seus primeiros meses de mandato. A controversa lei impõe avaliações obrigatórias dos professores, a fim de determinar quais candidatos serão escolhidos para preencher cargos abertos na rede pública de ensino em todo o país. A denúncia de movimentos, como a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), é de que o processo serve apenas como justificativa para demissões em massa.

A repressão brutal do Estado não é novidade no México, principalmente a manifestantes do setor da educação que é muito forte e ativo no país. Em 12 de dezembro de 2011, a polícia assassinou dois estudantes que protestavam contra as condições da escola para professores de Ayotzinapa, em um tiroteio que deixou mais de 20 feridos.

No dia 26 de setembro de 2014, estudantes da escola rural para professores Raúl Isidro Burgos, de Ayotzinapa, na cidade de Iguala, estado de Guerrero, viajavam em ônibus e foram atacados por policiais e grupos paramilitares. O saldo foi de seis mortos e até hoje 43 estudantes ainda estão desaparecidos.

No México, as relações do Estado com o narcotráfico são escandalosas, bem como as reiteradas violações dos direitos humanos, inclusive de mulheres. A impunidade das forças policiais também é gritante. Tudo sob a conivência e política imperialista dos Estados Unidos.

Todo apoio e solidariedade! Essa luta é de toda a classe trabalhadora!
Uma frase que estampava faixas nas manifestações em 2014 contra o desaparecimento dos 43 de Ayotzinapa, “nos tiraram tanto, que nos tiraram o medo”, ainda tem validade. Os protestos não cessaram desde domingo e contam com grande apoio da população.

Está marcada uma marcha para 26 de junho. É preciso que haja uma forte solidariedade internacional aos professores mexicanos para que esse crime não acabe impune e para que esta reforma possa ser derrotada. A luta dos professores do México é uma luta de toda a classe trabalhadora.

Punição aos responsáveis pelo massacre de Oaxaca!
Liberdade aos presos políticos!
Abaixo a contrarreforma da educação do governo Peña Neto!





Com informações agências de notícias e CSP-Conlutas