Artigo de Toninho Ferreira: "Fora Dilma, Temer, Cunha, Renan e Aécio, novas eleições já!"

14/12/2015 - Por Toninho Ferreira
Seria cômico se não fosse trágico. Deputados governistas e da oposição de direita se estapearam no plenário da Câmara essa semana para definir a eleição da Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma (PT). A cena simboliza bem a grave crise política e moral instalada no país, mergulhado em escândalos de corrupção e crise econômica.

De um lado, os governistas lutam para defender o indefensável governo Dilma, que está afundado em corrupção e tem aplicado um ajuste fiscal que penaliza brutalmente os trabalhadores, com o crescimento do desemprego, da inflação, ataques aos direitos e piora dos serviços públicos. Tudo para proteger os lucros de banqueiros, empreiteiras, do agronegócio e grandes empresários.

Já a oposição de direita, encabeçada por Eduardo Cunha (PMDB) e pelo PSDB, tem a cara de pau de fazer discurso contra a corrupção. Mas são todos farinha do mesmo saco. Eles também governam com a mesma política econômica e estão envolvidos nos mesmos tipos de escândalos que o PT. O senador do PT recentemente preso, Delcídio Amaral, por exemplo, foi indicado para a diretoria da Petrobras pelo PSDB, no governo FHC.

Levantamento do site Congresso em Foco também revela que pelo menos um terço dos integrantes definidos na tumultuada eleição da Comissão do impeachment é alvo de acusações criminais no Supremo Tribunal Federal. Crimes de responsabilidade, como os atribuídos à Dilma, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes eleitorais e contra a Lei de Licitações são algumas das denúncias.

Mais do que isso, todos eles, apesar das disputas por poder, são iguais em um ponto: estão juntos na defesa do ajuste fiscal para jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores.

O PSTU não defenderá o governo Dilma, muito menos a direita, chefiada pelo PMDB/PSDB. A verdade é que apenas o impeachment de Dilma não resolverá a situação do povo. Não adianta tirar Dilma para colocar Temer, Cunha ou Renan ou apoiar um Aécio Neves do PSDB, que defende as mesmas propostas que Dilma está aplicando. Muito menos ter ilusões nesse Congresso corrupto, que está aprovando as medidas prejudiciais do ajuste fiscal de Dilma.

É preciso por para fora todos eles. Democrático é garantir a revogabilidade de mandatos, pois o povo tem o direito de tirar aqueles que lhe traíram.

O PSTU defende, de forma imediata, a convocação de Eleições Gerais já, para presidência da República, senadores, deputados federais e governadores. Sem financiamento privado, sem a candidatura de corruptos e com tempo de TV e Rádio igual para todos os partidos.

Acima de tudo, sabemos que o único caminho para promover as mudanças que os trabalhadores precisam é através da mobilização. Precisamos unir os trabalhadores em uma Greve Geral, contra o Ajuste Fiscal, em defesa dos direitos e por mudanças efetivas no país.

É na luta dos trabalhadores que iremos criar as condições para que possamos ter em nosso país um governo socialista dos trabalhadores, sem patrões e sem corruptos, que se apoie em Conselhos Populares, organizados nas fábricas, escolas, bairros e ocupações.

Só um governo assim vai acabar com o domínio dos bancos e das multinacionais sobre o nosso país e aplicar um programa econômico voltado para atender as necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre.

Por Toninho Ferreira, presidente PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal

Artigo publicado no jornal O Vale, de 12 de dezembro de 2015