20 de novembro: fortalecer a luta contra o racismo e a violência contra negros e negras


19/11/2015 - Novembro é o mês da Consciência Negra. Uma data para resgatarmos a luta contra o racismo e a violência ao povo negro. Apesar de haver quem diga que no Brasil existe “democracia racial”, pois somos um povo fruto da mistura de vários povos, a realidade trata de derrubar esse mito.

No dia a dia, vemos que o racismo é uma triste e vergonhosa realidade, que pode ser constatada em vários setores da sociedade. Seja na diferença salarial no mercado de trabalho, na desigualdade de oportunidades nas universidades ou na violência policial contra o povo negro nas periferias.

Um estudo divulgado esta semana pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas) revela as desigualdades no ambiente de trabalho. Apesar de representarem a maior parte da classe trabalhadora no Brasil, negros e negras ainda são as principais vítimas do desemprego e recebem menores salários. Na Região Metropolitana de São Paulo, negros recebem o equivalente a 65,5% dos salários dos brancos.

No caso das mulheres negras, a exploração e a opressão são ainda maiores, pois elas enfrentam a mistura do racismo e do machismo.

No que toca à questão da violência o cenário é grave.  Estudo da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que  Brasil ocupa o 5° lugar no ranking de assassinato de mulheres no mundo. As mulheres negras são as maiores vítimas.  De 2003 a 2013, pesquisa revela que as mortes entre negras teve um aumento de 54%

Redução da maioridade penal agravará racismo
Em meio ao agravamento da crise econômica, os ataques do governo Dilma e do Congresso afetam diretamente os negros e pobres.

O ajuste fiscal de Dilma (PT), que tem resultado em aumento da inflação, desemprego, ataques aos direitos e sucateamento dos serviços públicos, afeta ainda mais duramente os trabalhadores negros e pobres, que recebem os menores salários e estão nos postos de trabalho mais precarizados.

Já o projeto que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos e está em discussão no Congresso, longe de ser uma solução para combater a violência, vai agravar ainda mais o quadro de racismo.

Afinal, as chacinas e ações violentas da polícia nas periferias revelam que, para a PM, basta ser negro e pobre para ser taxado como bandido.

Por tudo isso, neste mês de novembro, vamos resgatar os 320 anos da luta dos líderes da resistência negra, Zumbi dos Palmares e Dandara.

Vamos reafirmar nossa luta contra o racismo, a violência contra os negros e pelo fim do capitalismo.

Exigimos o fim do genocídio do povo negro nas periferias, defendemos a desmilitarização da PM  e o arquivamento do projeto que reduz a maioridade penal.

O PSTU estará nas Marchas das Periferias pelo Brasil afora, nos atos e manifestações contra o racismo e a violência policial. Realizemos um Novembro Negro de Lutas!