Avança o saque da Petrobras: conselho de administração aprova venda de 25% da BR Distribuidora

19/8/2015 - Esta semana, a ofensiva de privatização sobre a Petrobrás teve mais um avanço. O Conselho de Administração da estatal aprovou a venda de 25% da BR Distribuidora, a unidade de distribuição de combustíveis da Petrobrás. A reunião que decidiu sobre a venda ocorreu no dia 6 de agosto, mas só na segunda-feira, dia 17, à noite, que a notícia veio a público.

Pela decisão, a BR pode ser vendida a um único comprador ou se tornar uma empresa de capital aberto, com ações na Bolsa de Valores. A Petrobrás ainda não decidiu como fará o negócio. Contudo, independente da forma, o fato é que se trata de privatização da BR e da própria Petrobrás.

Um verdadeiro crime contra o patrimônio e a soberania nacional. A BR Distribuidora tem a maior rede de postos de combustíveis do país. São quase 8 mil em todo o Brasil.

Ela também atende outros clientes e, em 2014, vendeu 57 bilhões de litros de gasolina, etanol, diesel, o que . representa 38% do mercado. O lucro líquido desta subsidiária da Petrobrás no ano passado foi de R$ 1,1 bilhão.

Oito dos dez conselheiros disseram ‘sim’ à proposta. O presidente do Conselho, Murilo Ferreira, votou contra e alegou que a BR precisa de um “novo plano de negócios para depois pensar na venda”.
O representante dos funcionários também disse não. Deyvid Bacelar argumentou que “este não é o melhor momento para a venda, porque o mercado está em baixa”.

Ambos os argumentos não refletem a realidade. O problema está no fato que o governo quer entregar nas mãos do capital privado uma empresa estatal que dá lucro e está fatiando e avançando na privatização da Petrobras, que é uma das maiores empresas petrolíferas do mundo!

Plano de desinvestimento é privatização
Em meio ao maior escândalo de corrupção envolvendo a Petrobrás, o governo Dilma (PT) está colocando em curso a maior ofensiva privatista contra a estatal brasileira desde o fim do monopólio do petróleo no governo FHC.

Há cerca de dois meses, o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, anunciou um plano de venda de ativos que pretende entregar o equivalente a mais de R$ 40 bilhões da empresa.

O nome é pomposo “desinvestimento e vendas de ativos”. Mas traduzindo para o bom português quer dizer: desmonte e entrega do patrimônio da empresa, privatização! São mais campos de petróleo e gás que serão leiloados, subsidiárias como a BR Distribuidora que serão privatizadas, redução de investimentos que causarão demissões e precarização das condições de trabalho.

Aproveitando a “deixa” do governo petista, o PSDB também se assanhou. Aproveitando o ataque de Dilma, o senador José Serra (PSDB) apresentou o Projeto de Lei 131 para reduzir a atuação da Petrobrás no Pré-sal. Esse projeto consegue piorar a já entreguista Lei da Partilha, pois propõe retirar a participação de 30% da Petrobrás, bem como seu papel como operadora única do pré-sal.

No dia 24 de julho, os 17 sindicatos de petroleiros do país realizaram uma greve de 24 horas contra este plano de desinvestimento, em defesa dos trabalhadores efetivos e terceirizados e por uma Petrobrás 100% pública e estatal.

Esse é o caminho e por isso é preciso avançar na unidade e na mobilização. Só a luta e a resistência dos trabalhadores pode derrotar os planos de Bendine e do governo Dilma(PT).

-Chega de Dilma, Bendine e seus planos de desinvestimentos e privatização!
-Chega de Serra e a sua PL contra a Petrobrás!
-Petrobrás 100% estatal sob o controle dos trabalhadores!
-Monopólio estatal do petróleo e do gás!
-Estatização das empreiteiras envolvidas nos escândalos de corrupção!
-Estabilidade no emprego para todos que trabalham nas áreas da Petrobrás!