Em dez anos, concentração de renda aumenta na cidade de São Paulo


5/7/2014 - Ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. É o que aponta um estudo da Prefeitura de São Paulo, cidade que concentra a maior parte da riqueza do país, sobre a realidade social da capital.

Segundo o levantamento, que tem como base os dados do último Censo do IBGE, 1% da parcela mais rica da população paulistana controla nada menos que 20% de toda renda que circula na maior cidade do país. Há dez anos, essa apropriação da riqueza já era de 13%.

Falando em cifras, isso quer dizer que a cada R$ 100 que circulam na cidade, o 1% mais endinheirado abocanha R$ 20. Isso mostra como segue aumentando a concentração de renda e a desigualdade social no estado mais rico do país.

Por outro lado, os 50% da população com menor renda não tiveram evolução significativa em seus ganhos nos últimos dez anos, passando de R$ 11,65 para R$ 10,57, a cada R$ 100 em circulação.

Esse seleto grupo de 1% da população mais rica de São Paulo é composto por 100 indivíduos, entre empresários, altos executivos e profissionais liberais. Entre o grupo, há executivos que chegam a ganhar R$ 90 mil por mês, além de bônus e benefícios.

Precarização do trabalho
Segundo o estudo, essa diminuição da renda entre os que ganham menos se deve à mudança do perfil de emprego na capital paulista que cada vez mais concentra serviços terceirizados, como limpeza e telemarketing, com menores salários e menos direitos.

Além disso, devido ao alto custo de vida, com alugueis e serviços cada vez mais caros, os trabalhadores com menores salários são obrigados a migrar para as regiões periféricas, deixando São Paulo, cada vez mais, para os ricaços.

Governos diferentes, mesma política
A concentração de renda aumenta e, portanto, a desigualdade social também. A população trabalhadora é empurrada cada vez mais para as periferias da região metropolitana, tendo de enfrentar longas jornadas diárias em trens e ônibus lotados para chegar ao trabalho e ficando à mercê dos serviços públicos precários, falta de empregos, etc.

Os governos do PT, PSDB e DEM, que comandam a cidade nos últimos anos, têm a mesma política voltada para atender os interesses dos mais ricos.

“A forma como esses partidos governam as cidades é para beneficiar poucos e não a maioria da população. Agora nas eleições, PT, PSDB, PMDB, PSB, DEM disputam entre si, mas na prática aplicam a mesma política que beneficia poderosos. Por isso, em São Paulo, PSTU e PSOL formaram uma Frende de Esquerda, para ser alternativa e mostrar que é preciso e possível governar para o povo trabalhador”, afirma Toninho Ferreira, candidato a deputado federal.