Em vários estados, professores em greve exigem educação pública de qualidade

23/5/2014 - Em meio à onda de greves que atinge várias categorias pelo país, professores e profissionais da área de educação também estão mobilizados em várias capitais, levando milhares às ruas. As mobilizações trazem novamente à tona a necessidade da luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil.

São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Teresina. Professores dessas capitais realizam fortes mobilizações.

Em São Paulo, o movimento dos professores municipais completa 30 dias nesta sexta-feira, dia 23, quando foi realizado um ato e uma assembleia para decidir os rumos da greve. O presidente do PSTU de São José dos Campos, Toninho Ferreira, esteve presente.

Nas últimas semanas, a forte luta dos profissionais da educação paulista levou milhares às ruas para reivindicar a incorporação do bônus de 15,38% ao salário-base e outros benefícios.

Nesta sexta, dia 23, os profissionais da Unicamp e da Unesp também entraram em greve. Professores e servidores da USP já tinham entrado em greve no dia de ontem (22).

No Rio de Janeiro, a greve dos professores estaduais e municipais iniciada, no último dia 12, continua forte. Nesta quinta-feira, dia 22, cerca de mil professores realizaram um protesto e votaram a continuidade da mobilização que exige um aumento de 20% nos salários e redução da jornada de 40 para 30 horas semanais, sem redução de salário.

Em Belo Horizonte, a continuidade da greve dos servidores municipais, entre os quais estão profissionais de educação, também será decidida nesta sexta-feira. Os servidores estão em greve desde o dia 6 de maio para exigir um reajuste de 15%, aumento do vale-refeição e outras reivindicações específicas.

Os professores municipais de Recife também aderiram ao movimento que se espalha por todo o país e realizaram uma greve de 48 horas, como forma de advertência, nesta quinta-feira. Os professores realizaram uma passeata que percorreu as ruas da cidade e terminou na Câmara de Vereadores da cidade, onde uma pauta de reivindicações da categoria foi protocolada.

Em Teresina, professores também estão em greve há dois dias. Professores da rede municipal de Goiânia ameaçam iniciar uma paralisação a partir da próxima segunda, dia 26.

Toninho no ato dos professores de SP, nesta sexta, dia 23
Por uma educação de qualidade
Essas greves são a expressão da luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, uma das reivindicações mais sentidas da população e que foram uma das principais bandeiras nas manifestações de junho.

É notória a situação da educação pelo país e dos professores que não têm condições dignas para garantir ensino aos estudantes. As reivindicações não são apenas salariais, pedindo reajuste e a incorporação de gratificações, mas também por melhores condições de trabalho, menos alunos por sala de aula, fim da violência nas escolas, etc.

Enquanto o governo federal destina cerca de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) para o pagamento da Dívida e juros aos banqueiros, e gasta bilhões para realizar a Copa do Mundo, a educação sequer tem garantido os 10% necessários para garantir um ensino de qualidade.

Se tem padrão Fifa para os estádios, por que não tem dinheiro para a educação? A vitória dessa greve é a vitória de todos os trabalhadores brasileiros”, disse Toninho Ferreira, durante a manifestação dos professores de SP, nesta sexta, dia 23.

Por isso, é necessário cobrir de solidariedade e apoio todas as greves e lutas em curso dos profissionais da educação. Fortalecer esse movimento é fortalecer a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade!

Por Douglas Dias