Trabalhadores repudiam recuo das centrais sindicais e reafirmam dia de luta neste dia 5 de dezembro
4/12/2017 - Mesmo após a decisão da maioria das Centrais Sindicais em
desmarcar a Greve Nacional, convocada para esta terça-feira (5), sindicatos,
federações e trabalhadores de diversos cantos do país não recuaram e decidiram
manter greves, paralisações e mobilizações neste dia. Em bases sindicais em que
as Centrais optaram pelo recuo, houve a decisão dos trabalhadores em manter o
dia de luta, inclusive, com críticas à postura tomada por parte dessas
direções.
A CSP-Conlutas não
foi consultada para tomar essa decisão pelo cancelamento e logo que soube
publicou nota discordando das outras centrais.
“Isto acontece exatamente no momento em que o governo Temer
está com dificuldade em conseguir o número de votos necessários para a
aprovação do fim da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros. Acontece no
momento em que na base aumenta a disposição em realizar a Greve Nacional e
manifestações para derrotar definitivamente a Reforma da Previdência. Este
recuo é um grave erro e ajuda somente ao governo Temer. Não conta com o apoio
da CSP-Conlutas”, afirmou a nota.
Não falam em nosso nome!
A Fasubra, que
organiza os técnico-administrativos das universidades federais, também rechaçou
a nota das centrais. “O Comando Nacional de Greve (CNG) da FASUBRA Sindical vem
a público expressar a sua indignação e discordância com essa decisão. O correto
é que as cúpulas das centrais revejam essa decisão e mantenham a greve nacional
(…) Há muitos sindicatos e ativistas que são das bases dessas centrais e que
não concordam com tal decisão; por isso nós, do Comando Nacional de Greve da
Fasubra Sindical, integrado por trabalhadoras e trabalhadores de diferentes
grupos políticos, somos solidários a todos que acreditam na luta e na unidade
da Classe Trabalhadora e propomos manter as mobilizações e o calendário de
lutas contra as reformas e o governo Temer. As cúpulas das centrais, neste
momento e deliberação específica, não falam em nosso nome!”, destacou a
entidade, saudando as Centrais que não acataram e assinaram a nota.
A Fenametro, Federação dos Metroferroviários, também
descordou da desmarcação da greve. “Nos somamos àqueles que repudiam essa
decisão e propomos que os atos sejam realizados em todas as cidades no dia 5 de
dezembro. E mais do que isso, consideramos fundamental a realização de uma
greve nacional ainda antes da votação da reforma. Mas para isso é necessário
que as Centrais e todo movimento sindical realmente se empenhem na sua
preparação”, pontuou a entidade.
A CNTE, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação,
que é filiada à CUT, mesmo com a orientação de desmarcação da greve por parte
de sua central representativa, manteve a orientação para que suas bases
realizem manifestações. “A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), representante dos/as trabalhadores/as em educação, grandes prejudicados
com a proposta da reforma previdenciária, orienta suas entidades a manterem as
suas mobilizações previstas no dia 5 de dezembro. Mesmo com a Nota das Centrais
e CUT, vamos continuar a mobilização, e pressão sobre os parlamentares nos
escritórios políticos, casas, aeroportos e nas ruas onde residem. Também que se
utilize essa data para fortalecer a conscientização da população sobre os
prejuízos causados pela reforma da previdência”, reforçou em nota.
O Sepe, sindicato dos professores do Rio, cuja entidade é
filiada a CUT, divulgou nota em que contraria a orientação da sua direção
nacional. “Trata-se de um erro histórico. Numa conjuntura que o presidente tem
menos de 3% de aceitação, que o Congresso está comprovadamente envolvido em
escândalos de corrupção, desmoralizados perante a população, é papel das
direções impulsionar as lutas, organizar comitês de mobilização em escolas,
fábricas, bairros e construir uma grande Greve Geral para derrotar Temer e seus
ataques. Não temos dúvida de que todos os esforços do governo serão feitos para
aprovar a Reforma da Previdência”, destacou em nota.
No Maranhão, e em outros estados, contrariando a orientação
das Centrais nacionais, manteve-se o ato e a orientação de Greve Nacional no
estado. Em nota intitulada “não tem arrego” e assinada pelas Centrais
CSP-Conlutas, CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central Sindical, reforçaram
o chamado para o dia.
CSP-Conlutas reforça
chamado. Nenhum passo atrás!
Bases da CSP-Conlutas, como Andes-SN, Sinasefe, Sindicato
Nacional dos Docentes de Universidades Federais, Aduneb, de professores da
Bahia, movimento S.O.S Emprego no Rio de Janeiro seguem com orientação da
Central de manter a paralisação neste dia.
O Sindicato dos
Metroviários do Rio Grande do Sul também filiado à CSP-Conlutas repudiou o
recuo e seguiu a orientação da CSP-Conlutas. “O Sindimetrô/RS não compactua com
este recuo e aponta para a necessidade de manter a mobilização, com forte
pressão nos deputados federais em suas bases e no Congresso Nacional (…) Agora
não é hora de recuarmos, uma vez que o recuo do governo não é definitivo.
Portanto, a reforma pode ser colocada em votação ainda em dezembro”.
A FNP (Federação
Nacional dos Petroleiros) repudiou a decisão. “O conjunto da classe
trabalhadora já se preparava para mais um enfrentamento contra o projeto de
reforma da previdência do governo Temer. Com a dificuldade do governo de
angariar votos, a ida às ruas teria um efeito progressivo na luta contra as reformas
do governo e na conscientização da classe trabalhadora”, apontou a entidade. A
Federação reforçou ainda a orientação de manutenção deste dia de luta. “A
categoria petroleira encontra-se em luta em defesa do Acordo Coletivo de
Trabalho, que vem sendo atacado pela direção da Petrobras. (…) A direção da
Federação Nacional dos Petroleiros indica a manutenção da data, como dia
nacional de mobilizações para pressionar a Petrobrás a apresentar uma proposta
de acordo que não retire direitos”.
Não é hora de recuar
O governo Temer promoveu novos jantares neste fim de semana
para continuar angariando votos para a aprovação da Reforma da Previdência. Na
quarta-feira se reunirá com integrantes do PSDB para tentar um acordo favorável
para a aprovação de mais esse ataque. Há informações já divulgadas na grande
imprensa de que se conseguir o apoio pode colocar em votação no próximo dia 13
de dezembro.
Por isso, a CSP-Conlutas segue a orientação de não recuar,
tampouco baixar a guarda para essa corja de corruptos que está querendo ganhar
tempo e desmobilizar o povo. Neste sentido, a classe trabalhadora deve seguir
em luta e não se deixar enganar com um suposto recuo do governo Temer. Mesmo
sabendo que a população reprova a medida, não medirão esforços para aprová-la.
Só nas ruas e fazendo greve será possível barrar essa reforma.
Informações: CSP-Conlutas
Informações: CSP-Conlutas