Ordem de Temer é “privatizar tudo que for possível”

A Caixa Econômica, de Dilma a Temer, na mira da privatização
5/7/2016 - O governo interino de Michel Temer (PMDB) prepara um novo programa de privatizações e a ordem é entregar à iniciativa privada “tudo o que for possível”. Segundo divulgado pela imprensa, a frase literal de Temer dita a alguns dos seus principais ministros teria sido: “senhores, tudo o que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos”.

O objetivo seria arrecadar algo em torno de R$ 20 a R$ 30 bilhões ainda em 2017. A equipe do governo ainda estaria montando a lista do que poderá ser privatizado, mas já se fala na venda dos Correios, da Caixa Seguridade, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), de participações da Infraero em aeroportos e concessões de rodovias e portos.

Ajuste para os empresários
O frágil apoio do empresariado e setores da burguesia ao governo interino de Temer está condicionado à aplicação a qualquer custo do ajuste fiscal. Esse é o compromisso e a tarefa de Temer junto à burguesia, que quer não só o avanço das privatizações, mas também outras medidas como as reformas da Previdência e Trabalhista ou a criação de um teto para os gastos públicos que, na prática, significaria o sucateamento total da saúde, educação e dos serviços públicos.

Vale ressaltar, contudo, que o aprofundamento das privatizações já vinha sendo implementado pelo governo Dilma (PT). Aliás, a lista de patrimônio público a ser vendido que o governo Temer estuda agora é a mesma que o governo Dilma já havia cogitado, como os Correios, o IRB, entre outros.

Para não falar apenas do crime lesa-pátria que foi a entrega do Campo de Libra e do pré-sal, em 2013, o governo do PT também colocou em prática um pacote de concessões à iniciativa privada de portos, aeroportos, ferrovias e estradas. Tudo com generoso financiamento do BNDES.

O chamado “plano de desinvestimento” da Petrobrás, elaborado no governo Dilma, significa a venda indiscriminada do patrimônio da estatal, como importantes subsidiárias como Transpetro, Brasken, BR Distribuidora, usinas térmicas, gasodutos, etc.

Fora Temer, Fora Todos Eles!
Nas duas últimas eleições presidenciais, o tema da privatização ganhou destaque nas campanhas, tanto do PT, quanto do PSDB.  Para surfar no repúdio da população às privatizações do governo Fernando Henrique (PSDB), candidatos de ambos os partidos, inclusive Marina, adotaram um discurso à esquerda contra a entrega do patrimônio público à iniciativa privada. Mas, como sempre, no poder, a história é outra.

É preciso intensificar as mobilizações que já ocorrem pelo país pelo Fora Temer. Mas não para que Dilma volte, pois a petista defende as mesmas medidas. É preciso lutar pelo Fora Temer, Fora Todos Eles, Eleições Gerais já.

As centrais sindicais, como CUT, Força Sindicato, CTB e demais, se estiverem, de fato, dispostas a impedir as reformas e o ajuste fiscal de Temer, deveriam atender ao chamado já feito pela CSP-Conlutas e construir uma forte Greve Geral no país.