Não ao aumento da passagem! MPL marca ato em São José no próximo dia 18

15/1/2016 - A luta contra o aumento das passagens de transporte, que ganhou as ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte nos últimos dias, vai chegar a São José na próxima segunda-feira, dia 18. A manifestação, convocada pelo MPL (Movimento Passe Livre), está marcada para ocorrer às 17h, na Praça Afonso Pena.

Diferentemente das demais cidades, o protesto em São José ocorrerá antes do anúncio oficial da Prefeitura de reajuste da tarifa, solicitado semana passada pelas três empresas de ônibus que atuam na cidade.

Porém, razões não faltam para já ir às ruas. O reajuste pedido pelas operadoras tornaria a tarifa na cidade a mais cara do Brasil.

A Saens Peña, Expresso Maringá e CS Brasil querem que a Prefeitura autorize 35% de aumento. Com isso, a passagem aumentaria de R$ 3,40 para R$ 4,59.

A cara de pau das empresas é tanta que, segundo o jornal O Vale, o pedido de reajuste feito pelas três empresas não cita a revisão de 13,33% aplicada em janeiro de 2015, quando a passagem passou de R$ 3 para R$ 3,40. Nas planilhas apresentadas à prefeitura para solicitar o novo reajuste, as concessionárias consideram como base de cálculo o mês de fevereiro de 2013, quando a tarifa foi de R$ 2,80 para R$ 3,30.

O governo Carlinhos anunciou que está analisando o pedido e deve definir a nova tarifa ainda este mês.

Mobilizar para derrotar o aumento da passagem
Assim como ocorreu em 2013, o aumento da passagem causou a revolta da população, principalmente da juventude e dos trabalhadores. Em São Paulo, as manifestações estão reunindo milhares de pessoas. Já ocorreram três grandes passeatas e um novo ato está marcado para o dia 19.

Uma revolta e indignação mais do que justificadas. Afinal, o aumento do custo de vida, com a alta da inflação, das tarifas de água e luz, do transporte, está tornando a vida para o povo pobre a cada dia mais difícil e a mobilização é o caminho para derrotar o ataque que as Prefeituras e governos estão fazendo em conjunto com as empresas de ônibus. Vale lembrar, grandes financiadoras de campanha de vários prefeitos e governadores.

Por isso, merece todo o repúdio e denúncia a violência e a repressão com que os governos estão tratando as mobilizações, principalmente, em São Paulo, onde a PM e Geraldo Alckmin querem impedir os protestos na base de cassetetes, gás lacrimogêneo e gás pimenta.

Para o presidente do PSTU e suplente de deputado federal, Toninho Ferreira, é preciso intensificar a luta e derrotar esses aumentos como ocorreu em 2013. “Em São José, as empresas jogam o pedido lá em cima para no final atingir sua meta de obter reajuste. Mas mesmo que a Prefeitura autorize o repasse da inflação, a passagem vai para quase R$ 3,80 o que é um assalto”, opinou.

“As planilhas e as fórmulas de cálculo das empresas seguem sem que haja transparência, auditoria e um debate claro com a população. A realidade é que no país existem verdadeiras máfias e esquemas de corrupção envolvendo o transporte público. O que precisa se discutir não é mais um aumento, mas sim a municipalização e estatização desse serviço essencial à população, rumo à tarifa zero”, afirma Toninho.

Saiba mais:
Em São Paulo, o reajuste de R$ 3,50 para R$ 3,80 passou a valer desde o dia 9 de janeiro, um reajuste de 8,57%.
No Rio de janeiro, a tarifa subiu de R$ 3,40 para R$ 3,80, um aumento de 11,7%, desde o último dia 2 de janeiro. 
Em Belo Horizonte, a tarifa registrou o terceiro aumento em um ano. No final de 2014, a passagem custava R$ 2,80. E desde o último dia 3 subiu de R$ 3,40 para R$ 3,70, aumento de 8,82%.