Já são cinco as denúncias contra Eduardo Cunha por receber propina

30/9/2015 - Enquanto mantém-se em um dos cargos mais importantes do país e no ataque contra o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, segue acumulando denúncias de corrupção. Já são cinco delatores da Operação Lava Jato que o citam como destinatário de propinas envolvendo a Petrobras.

Na semana passada, o empresário João Augusto Rezende Henriques, preso pela Polícia Federal na 19ª fase da Lava Jato, afirmou ter depositado dinheiro em uma conta na Suíça pertencente a Cunha. Seria a propina de uma obra da Petrobras, segundo reportagem do jornal Estado de S.Paulo.

Henriques, apontado como lobista do PMDB, não citou a data ou o valor depositado, mas disse que o
dinheiro era fruto de um contrato firmado pela Petrobras em Benin, país africano. Ainda de acordo
com o empresário, ele não tem relações com Cunha e não sabia, quando fez o depósito, que o deputado federal era o titular da conta. Só teria obtido essa informação há dois meses, quando suas contas foram bloqueadas na Suíça em meio às investigações da Lava Jato.

Também na semana passada, segundo O Globo, o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa teria afirmado que o presidente da Câmara era o responsável por dar a "palavra final" nas nomeações da diretoria Internacional da Petrobras.

Denúncia ao STF
O doleiro Alberto Yousseff, foi o primeiro a fazer acordo de delação premiada e também o primeiro a denúnciar Cunha. O deputado teria pedido propina para viabilizar a construção de navios-sonda da Petrobras. Julio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, confirmou a história e disse que o valor foi de US$ 5 milhões. O repasse milionário a Cunha teria sido também confirmado por Fernando Soares, o
"Fernando Baiano", outro apontado como lobista do PMDB.

As falas de Yousseff e Camargo basearam a denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro contra Cunha feita em agosto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da Lava Jato, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo, Cunha é um dos 37 investigados pela Comissão de Valores Mobiliários, que apura irregularidades cometidas no mercado financeiro contra o Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae).

Franco-atirador
O STF estendeu o prazo para que Cunha apresente defesa à denúncia feita pela Procuradoria Geral da República, favorecendo o deputado que ganha tempo e segue no cargo fazendo de tudo e mais um pouco.

Além de manobrar e aprovar pautas reacionárias, como o Estatuto de Família, a Reforma Polícia, com liberação do financiamento privado de campanhas, e medidas do ajuste fiscal contra os trabalhadores, Eduardo Cunha segue usando o cargo para acuar o governo Dilma, com a ameaça de avançar processos de impeachment, e ganhar tempo para fugir de um processo, o que tornaria sua permanência na presidência da Camara mais difícil.

E é com a ajuda da presidente Dilma que Cunha segue obtendo êxito. Na reforma ministerial, tudo
indica, que aliados e apadrinhados ganhando cargos, quiça ministério, no governo.

O PSDB também dá sua ajudinha a Cunha. Na busca pelo impeachment, o PSDB nada diz ou faz em relação às fortes denúncias contra o presidente da Câmara. Ao contrário, tem dado a sustentação para o pemedebista.

Fora Cunha!
As suspeitas contra Cunha não são de hoje. Antes de ser deputado, ele foi convidado por PC Farias (o mesmo do escândalo que derrubou o então presidente Fernando Collor e hoje senador também denunciado), nos anos 90, para a presidência da Telerj.

É de responsabilidade de Cunha o projeto que privatizou a Telerj, envolvendo superfaturamento e relações escusas com as organizações Globo. A própria eleição para presidir a Câmara foi fruto de lobby de doadores das campanhas de demais deputados.

É um fundamentalista, machista e homofóbico que vem liderando a aprovação de várias pautas
conservadoras e prejudicais aos trabalhadores.

É preciso aumentar o movimento Fora Cunha, bem como pela punição e confisco dos bens de todos os outros corruptos e corruptores, como Collor, bem como dar um basta ao governo Dilma (PT), Renan e Temer (PMDB) e Aécio (PSDB). Todos eles estão juntos a favor do ajuste fiscal contra os trabalhadores e estão envolvidos em denúncias de corrupção.