Em São José, Zé Maria defende que é preciso libertar o Brasil do controle dos bancos e multinacionais


3/9/2014 - O candidato à presidência pelo PSTU, Zé Maria, esteve em São José dos Campos nesta quarta-feira, dia 3, realizando atividades de campanha. Junto aos candidatos a deputado federal, Toninho, e a deputado estadual, Herbert, Mancha, Raquel e Renatão, ele fez corpo a corpo com eleitores no centro da cidade e realizou uma atividade junto aos trabalhadores da GM.

Pela manhã, Zé Maria percorreu as ruas do centro, falou com a população e trabalhadores do comércio, apresentando as principais propostas do PSTU. À tarde, na entrada dos metalúrgicos do segundo turno da GM e na saída dos funcionários do primeiro turno, Zé Maria panfletou material de campanha e conversou com os trabalhadores

Em entrevista ao blog PSTU Vale, Zé Maria contou sobre a campanha, a mudança no cenário eleitoral com a morte de Eduardo Campos e sobre a necessidade de construir uma alternativa para os trabalhadores nessas eleições. Confira.

PSTU Vale – Estamos a pouco mais de um mês das eleições. Em que cidades sua campanha já esteve e qual realidade você tem encontrado?

Zé Maria - Eu tenho andado por várias regiões do país, centrando a campanha em regiões operárias como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Fortaleza, Belém, Sergipe, entre outras, e o que eu tenho sentido é que há uma grande receptividade ao programa de mudanças que o PSTU propõe. Isso porque se acumula no Brasil uma insatisfação em relação à continuidade desta situação de desigualdade e injustiça social que caracteriza nosso país.

PSTU Vale - A desaceleração da economia brasileira começa a se aprofundar e já se fala em recessão. Aqui na região, a GM colocou mais de 900 trabalhadores em lay-off. Como você avalia essa situação?

Zé Maria - Mais uma vez, as empresas para garantir seus lucros, com o apoio dos governos, jogam novamente a conta da crise para os trabalhadores. Essa é a política econômica implementada desde a época de FHC e mantida pelo PT. O setor automotivo recebeu R$ 11 bilhões em isenção de IPI desde 2012. Mas só nas montadoras já foram mais de 9,7 mil demissões e milhares de trabalhadores que estão em lay-off em todo o país. É preciso inverter essa lógica. É preciso garantir estabilidade no emprego aos trabalhadores. É preciso estatizar as empresas que demitirem e reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários para combater o desemprego. Defendemos a proibição da remessa de lucros e a estatização das empresas que demitirem.

PSTU Vale - O PSTU coloca uma série de medidas que devem ser tomadas para se governar para os trabalhadores. Como você está levando este programa à população?

Zé Maria - Pra atender as demandas dos trabalhadores e da juventude é preciso libertar o Brasil do controle dos bancos, das multinacionais e das grandes empresas. É preciso usar as riquezas que o país tem e as que são produzidas pelo trabalho da nossa classe para garantir vida digna para o povo e financiar os serviços públicos de saúde, educação, moradia, transporte, reforma agrária. Essa é a mudança fundamental que é preciso fazer no Brasil. Por isso, propomos medidas como a suspensão do pagamento da Dívida Pública, estatização do sistema financeiro, reestatização das empresas privatizadas, proibição da remessa de lucros, entre outras. É preciso um governo dos trabalhadores, sem patrões.

PSTU Vale – Com a morte de Eduardo Campos, candidato à presidência pelo PSB, houve uma mudança no cenário eleitoral. Como você avalia isso?

Zé Maria - Nós já sabemos que com o PSDB a mudança é pra pior, pois esse partido já governou o Brasil e causou muita tragédia para nosso povo. Com o PT fica como está, se mantendo a injustiça e a desigualdade social que existe hoje, com a política econômica a serviço dos interesses dos poderosos. Marina Silva, apesar do discurso da nova política, tem dito várias vezes que também quer governar com banqueiros e empresários. Ou seja, é a mesma posição do PT e do PSDB. Portanto, não representa uma alternativa de mudança. Pra mudar de verdade, é preciso um governo socialista, que rompa com os interesses dos grandes capitalistas, os empresários, banqueiros e senhores do agronegócio e governe, de fato, a favor das necessidades dos trabalhadores e do povo pobre.