Em resposta à dureza patronal, metalúrgicos unificam mobilizações da Campanha Salarial

18/09/2013 - As empresas pagaram pra ver e os trabalhadores deram a resposta. Diante do descaso dos patrões nas mesas de negociação, que insistem em propostas extremamente rebaixadas, os metalúrgicos do estado de São Paulo decidiram unificar as lutas da Campanha Salarial.

A partir desta quarta-feira, dia 18, os sindicatos nas bases de São José dos Campos e região, Campinas, Limeira, Santos, ABC e outras cidades do interior paulista, iniciaram paralisações e greves para pressionar os grupos patronais.

No dia de hoje, em São José, metalúrgicos da TI Automotive e da Parker Filtros entraram em greve. Na Retim e na Schrader houve atraso na produção. Em Diadema, no ABC paulista, pararam as fábricas Autometal, TRW e Metaltork.

A decisão foi tomada na terça-feira, dia 17, após uma reunião entre sindicatos da CSP-Conlutas, Intersindical e CUT, que representam cerca de 360 mil metalúrgicos no estado.

Intransigência patronal
Os patrões decidiram endurecer nas negociações este ano e impor reajustes rebaixados. Há grupo patronal que ofereceu apenas a inflação.

Outros, também propuseram de 0,4% a 1,5% de aumento real, sendo de forma parcelada até 2014. A GM, que é um dos setores que mais lucrou no último período, sequer ofereceu a reposição integral da inflação.

É puro descaso e ganância dos empresários, que decidiram pagar pra ver e tentar derrotar os trabalhadores.

Por isso, é simbólica a decisão dos sindicatos de unificarem as lutas na Campanha Salarial deste ano. Desde 1997, os metalúrgicos do Estado fazem campanhas independentes.

Os metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas e Limeira, da CSP-Conlutas e Intersindical, romperam com a FEM/CUT em razão de acordos rebaixados feitos pela federação, com redução de direitos.

“A possibilidade de realizar paralisações conjuntas e simultâneas fortalece a mobilização da categoria, colocando em movimento 360 mil trabalhadores de todo o estado”, avalia Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

“Esperamos que a CUT ponha suas bases em movimento para enfrentar e pressionar as empresas até a conquista das nossas reivindicações. Neste momento não se pode vacilar”, disse.

Outras categorias
Outras importantes categorias também estão em campanha salarial, como petroleiros, trabalhadores dos Correios, do setor das indústrias de alimentação e bancários.

No Vale do Paraíba, o Fórum de Lutas, que reúne sindicatos de várias categorias, também decidiu buscar a unidade das lutas nas campanhas salariais para pressionar empresas e governo.

Em Jacareí, os trabalhadores da Heineken estão em estado de greve e ameaçam entrar em greve a qualquer momento, aumentando a mobilização na região nos próximos dias.

O Fórum também aprovou uma campanha contra o PL 4330, que amplia as terceirizações, e contra o leilão do petróleo marcado pelo governo Dilma para o dia 21 de outubro.


Fotos: Divulgação Sindmetalsjc/Tanda Melo