Dia Nacional de Paralisações dá recado: é possível derrotar o PL4330 e os ataques do governo Dilma


16/4/2015 - O Dia Nacional de Paralisações nesta quarta-feira, dia 15, deu uma primeira demonstração da capacidade de força dos trabalhadores brasileiros para derrotar os ataques dos governos, do Congresso e dos patrões. O país assistiu a protestos em pelo menos 21 estados mais o Distrito Federal contra o PL4330 (das terceirizações) e o pacote de ajuste fiscal do governo Dilma.

A mobilização organizada de forma unificada pelas centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, CTB, NCST, Intersindical e UGT parou estradas, fábricas, bancos, refinarias da Petrobras, portos e outros locais de trabalho em várias regiões.

A classe trabalhadora entrou em cena. Paralisações, greves, passeatas, manifestações e cortes de estrada ocorreram em diversas cidades, obtendo a adesão de trabalhadores de várias categorias, tais como metalúrgicos, petroleiros, bancários, condutores, funcionalismo público, além de ativistas dos movimentos popular e estudantil (veja aqui).

Em São José dos Campos e Jacareí, os trabalhadores também foram à luta (veja aqui).




Foi um grande dia. Depois de diversas manifestações, em São Paulo, o dia foi encerrado com um grande ato unificado. A concentração no Largo da Batata reuniu milhares.  Em passeata, cerca de 40 mil manifestantes marcharam até a sede da Fiesp, na Avenida Paulista.

Na TV, nos grandes jornais impressos, quase que nenhum destaque.  Praticamente um boicote total. Era de se esperar. Afinal, sabemos que os grandes meios de comunicação têm lado.  Também estão a serviço dos poderosos.

Mas, o que importa é que “eles” entenderam o recado.

Diante da divisão das bancadas partidárias, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), se viu obrigado a adiar a votação das emendas prevista para ontem. Com a repercussão negativa em torno do PL 4330 que cresce nas redes sociais e nas ruas, os parlamentares começam a calcular o tamanho do desgaste por aprovar um projeto que representa um retrocesso histórico nos direitos trabalhistas no país.

Nas fábricas, nos locais de trabalho em geral, nas ruas, o apoio à luta contra o PL 4330 e contra o pacote de ajuste fiscal do governo Dilma (PT) é total. Não há dúvidas sobre a gravidade dos ataques.

O PL 4330 está previsto para ser votado novamente na próxima semana. A unidade alcançada neste dia 15 deve ser o primeiro passo para enfrentar os ataques do governo Dilma, da direita, do Congresso e dos grandes empresários.

É preciso derrotar o PL4330 e, num segundo momento, acabar com as terceirizações no país, como defende a CSP-Conlutas. Não podemos esquecer ainda das MPs do governo Dilma e as medidas de ajuste fiscal que penalizam a classe trabalhadora.

As centrais sindicais não podem cair em falsas negociações e armadilhas. Não dá para confiar no Congresso de picaretas ou que a presidente Dilma irá vetar, pois está claro que o sentido do seu pacote fiscal é de ataque aos trabalhadores para garantir os lucros de banqueiros e grandes empresários.

Para defender os trabalhadores nossa luta precisa continuar e se intensificar, rumo à construção de uma Greve Geral. Só uma forte pressão popular, pode barrar os ataques e garantir as mudanças no país que os trabalhadores precisam.

Toninho Ferreira, presidente do PSTU de São José dos Campos e suplente de deputado federal