Desemprego recorde

2/2/2017 - No momento em que o governo Temer se esforça em nos convencer que a economia está voltando aos trilhos, o IBGE divulga novo recorde para o desemprego no país.

Resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgado nesta terça-feira, 31, mostra que a taxa de desemprego no quarto trimestre de 2016 fechado em dezembro aumentou para 12% (contra 11,8 % do trimestre anterior), o que significa 12,3 milhões de pessoas buscando trabalho.

Com isso, o ano passado terminou com uma média de 11,5% de desemprego, contra 8,5% em 2015. Em apenas um ano, o número de desempregados por essa metodologia do IBGE aumentou 3,3 milhões. Foram 1,4 milhão de pessoas com carteira assinada mandadas para a rua. A pesquisa também detecta a redução do número de trabalhadores por conta própria, que diminuiu 3,4%, ou 784 mil pessoas, mostrando que, quem perde o emprego, está com mais dificuldade de encontrar alternativas para sobreviver.

O setor que mais perdeu postos de trabalho foi a indústria, com 955 mil vagas a menos. Em seguida aparece a construção civil, que viu desaparecer 857 mil postos, e agricultura, pecuária e pesca, com a perda de 417 mil vagas.

O problema é que essa metodologia do IBGE não detecta o desemprego por desalento, ou seja, aquela situação em que o trabalhador já desistiu de procurar emprego. Também não quantifica aqueles que trabalham menos que 40 horas por semana e que precisariam trabalhar mais. Só as pessoas que procuraram emprego em algum momento no mês anterior à pesquisa. Para se ter uma ideia, a chamada taxa de subutilização da força de trabalho, que contabiliza esses casos, foi de 22,9 milhões de pessoas em novembro.

Mas não é só o desemprego que avançou. A renda média também recuou 2,3% no último ano, caindo de R$ 2.076 para R$ 2.029. Na indústria, a queda nos rendimentos chegou a 4,6% em relação ao último trimestre de 2015.

Os trabalhadores não devem pagar por essa crise. É preciso uma Greve Geral!
Demissões, rebaixamento dos salários, inflação e ataques aos direitos. O governo Temer, os patrões e os banqueiros jogam os efeitos da crise sobre as costas dos trabalhadores a fim de manterem seus lucros em tempos de recessão. É a continuidade da mesma política econômica que o governo Dilma vinha aplicando e que, entre outras coisas, restringiu ainda mais o acesso ao seguro-desemprego para milhões de pessoas que foram mandadas para a rua no último período.

A receita do governo Temer para a crise é aumentar essa verdadeira guerra social contra os pobres e os trabalhadores: retomar a reforma da Previdência do governo do PT e impor uma reforma trabalhista que acaba de vez com direitos mínimos garantidos pela CLT.  Isso se reflete também na crise dos estados e nos duros ataques contra os servidores. É urgente uma Greve Geral que pare esse país contra as reformas do governo e os ataques. Os trabalhadores já demonstraram disposição para isso nas inúmeras paralisações e mobilizações no último ano. Resta às direções das principais centrais sindicais, como CUT, Força Sindical, UGT e CTB, atenderem ao chamado da CSP-Conlutas e convocarem uma Greve Geral.

É preciso lutar por uma saída operária para a crise, que ataque os lucros dos banqueiros e empresários e proteja os empregos.

– Redução da jornada de trabalho sem redução dos salários

– Proibição das demissões e estabilidade no emprego

– Seguro-desemprego de dois anos

– Plano de obras públicas em áreas essenciais como saneamento, escolas, hospitais e moradias populares

– Estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, das empresas que demitirem

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