Cresce pressão contra leilão do petróleo. Na região, Revap entra no terceiro dia de greve

19/10/2013 - A greve nacional dos petroleiros entra no terceiro dia com muita força. Segundo informações da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a adesão da categoria é de 90% a 100% em todas as unidades da Petrobras, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e do administrativo.

Já é uma mobilização histórica. A última vez que a categoria petroleira tomou uma decisão como essa foi em 1995, durante o governo FHC. Agora, a categoria realiza uma paralisação nacional unificada contra o leilão do Campo de Libra, marcado pelo governo Dilma para o dia 21 (segunda-feira). A luta também é pela Campanha Salarial e para barrar o PL 4330, que legaliza a terceirização nas atividades fins, representando um duro ataque aos trabalhadores de todo o país.

Na Revap, em São José dos Campos, a segunda maior refinaria da Petrobras no país, mesmo enfrentando as ações antissindicais da Petrobras, os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve até segunda-feira, dia 21.

Interdito proibitório
Desrespeitando o direito de greve dos trabalhadores, na sexta-feira, dia 18, além do grande contingente de policiais nas portarias, a Revap obteve um interdito proibitório, para impedir o uso de faixas e piquetes nas portarias. A empresa também está mantendo vários funcionários em cárcere privado nas unidades.

É uma prática da Petrobras manter a operação com equipes de contingência, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15.

Na manhã deste sábado, dia 19, após denúncia do Sindipetro-SJC, um oficial da Justiça esteve na empresa para averiguar a situação de que trabalhadores que estão há mais de 36h dentro da refinaria.

A empresa fez de tudo para atrasar a entrada da oficial de Justiça na refinaria e tentou impedir o Sindicato de acompanhar a fiscalização. Mas depois de 1h conseguimos entrar na empresa e verificar que ela está mantendo dezenas de trabalhadores desde quarta-feira, o que é totalmente irregular”, afirma o diretor do Sindipetro Lucas Guerrisso.

Ficaremos todo o final de semana de vigília nas portarias da empresa para evitar qualquer manobra que impeça o direito de greve dos trabalhadores”, afirma Lucas.

Dilma, pare os leilões do petróleo
A presidente Dilma está lançando mão de todas as ações possíveis (judiciais e repressivas) para garantir a realização da maior privatização da história do país.

Para realizar o leilão do Campo de Libra, nesta segunda-feira, dia 21, o governo anunciou que enviará tropas do Exército e da Força Nacional para o local em que acontecerá o leilão, no Rio de Janeiro, numa postura claramente antidemocrática e que nos remete aos anos de chumbo da ditadura militar. Mais de mil homens serão destacados para esta tarefa.

O leilão do Campo de Libra é um dos maiores ataques à soberania e às riquezas do nosso país, pois entrega às empresas estrangeiras, em um único leilão, a maior oferta de petróleo no mundo a preço de banana.
Dilma está colocando à venda o equivalente a uma Petrobras. O leilão é superior até mesmo a todas as privatizações do governo neoliberal de FHC nos anos 1990.

Além da greve nacional dos petroleiros, manifestações têm ocorrido em todo o país nos últimos dias. No dia 21, uma grande manifestação está marcada para barrar o leilão.

Com informações FNP e FUP