Atraso em obras é mais um retrato do descaso com a saúde em São José e Jacareí

22/5/2014 - Não bastasse o atendimento cada vez mais precário na rede pública de saúde, duas situações revelam a que ponto chega o descaso dos governantes com a população. Na região, duas obras, a construção do Pronto Socorro Municipal, em Jacareí, e da UBS do Putim, em São José dos Campos, enfrentam atrasos de mais de um ano.

Em Jacareí, o novo Pronto Socorro Municipal, promessa de campanha do prefeito Hamilton Mota (PT), teve as obras iniciadas em dezembro de 2012.
Contudo, estão atrasadas há mais de cinco meses e hoje estão paradas sem nenhum funcionário trabalhando. Segundo a Prefeitura, 30% da obra está concluída, mas no local, um terreno de seis mil metros quadrados, só se vê madeiras de sustentação.

A Prefeitura de Jacareí alega que no dia 30 de abril rompeu o contrato com a BSM Empreendimentos, responsável pela obra do Pronto Socorro, em razão dos atrasos na construção. Uma nova licitação deve ser aberta, mas ainda não há prazo para a abertura do processo. Assim, não há previsão de retomada das obras e entrega.

Em São José, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Putim, na região sudeste, deveria ter sido entregue em abril do ano passado. Contudo, até hoje não abriu as portas.

O governo Carlinhos Almeida (PT) alega que o atraso de mais de um ano se deve a duas correções feitas no projeto original - uma mudança viária e a ampliação no tamanho de algumas salas, para atender as normas do Ministério da Saúde. A última previsão da Prefeitura define o fim do mês de junho para o início do funcionamento.

Terceirizações
Enquanto essas e outras obras que poderiam ampliar o atendimento à população sofrem atrasos e paralisações, os moradores das duas cidades continuam sofrendo com longas filas, falta de médicos, demora para marcar consultas com especialistas e atendimento precário. A espera pode chegar, em alguns casos, há mais de um ano.

Em Caçapava, moradores também denunciam o mau atendimento na Fusam – Fundação de Saúde e Assistência do Município e iniciaram um abaixo-assinado online para ampliar a campanha de exigências à Prefeitura.

O fato é que os governantes tratam a saúde pública com descaso e como se fosse uma mercadoria para gerar lucro. Por exemplo, podemos citar o processo de terceirizações e privatizações na área.

Em São José, o prefeito Carlinhos vai entregar a nova UPA do Putim para uma entidade privada administrar. A Secretaria de Saúde estimou em R$ 1,150 milhão mensal o valor do repasse à vencedora, por um período de 12 meses, que pode ser prorrogado por até cinco anos.

O município gasta mais da metade do orçamento da saúde para repassar à entidades privadas como a SPDM e o PróVisão, que são entidades privadas que visam o lucro. Ou seja, enquanto a política de terceirizações continuar, não vai ter dinheiro para investir o necessário para garantir uma saúde pública e de qualidade, que vise acima de tudo o bem estar da população”, avalia Toninho Ferreira, presidente municipal do PSTU.

É preciso por fim a essa política de terceirizações e privatizações na saúde. São medidas urgentes re-municipalizar o Hospital Municipal e o Hospital Clínicas Norte e garantir mais investimentos para ampliar o atendimento na rede municipal”, concluiu Toninho.