Ato do 1° de Maio na Avenida Paulista, independente de governos e patrões, defende Eleições Gerais e Greve Geral

2/5/2016 - Total independência dos governos e patrões para defender as pautas em defesa da classe trabalhadora. Assim foi o ato do 1° de Maio realizado pela CSP-Conlutas e organizações que compõem o Espaço Unidade de Ação, neste domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Nem para defender Dilma e muito menos para defender Temer, como fizeram os atos da CUT e do PT, no Vale do Anhangabaú, e da Força Sindical, no Campo de Bagatele. Neste ato realizado na Paulista, cerca de quatro mil manifestantes ocuparam as proximidades do Vão do Masp para exigir “Fora Todos Eles, Eleições Gerais já”.

Caravanas e delegações de vinte estados participaram do ato, que reuniu trabalhadores, dirigentes sindicais, cipeiros e ativistas de categorias diversas, como metalúrgicos, petroleiros, servidores públicos, carteiros(as), químicos, bancários, operários da construção civil, condutores, estudantes e professores de escolas em luta, aposentados, bem como movimentos de luta contra o machismo, o racismo e a LGBTfobia.

O internacionalismo da classe trabalhadora também esteve representado. Com a presença de um dirigente do sindicato dos trabalhadores de call center de Portugal, e vídeos de solidariedade enviados da Itália, Espanha, Inglaterra e Paraguai, as lutas da nossa classe em todo o mundo também foram saudadas, lembrando que se os ataques e a exploração são semelhantes, a classe trabalhadora também é uma só.

Preparar a Greve Geral
Nas faixas, cartazes, bonecões, palavras de ordem e discursos que marcaram a manifestação, as reivindicações mais sentidas dos trabalhadores e do povo pobre, que estão sendo os mais penalizados pela crise econômica, foram o destaque.

As reformas da Previdência e Trabalhista, os ataques aos direitos, a terceirização, os caos na saúde, educação e serviços públicos e a corrupção foram denunciados pelos participantes. “Não vamos pagar pela crise. É hora da Greve Geral” foi uma das frases estampada em várias placas da manifestação.

De cima do caminhão de som, falaram representantes de diversos sindicatos e entidades dos movimentos, como trabalhadores rurais, servidores federais, Pastoral Operária, Movimento Mulheres em Luta, Quilombo Raça e Classe, estudantes, petroleiros, operários da construção civil, metroviários, bem como correntes internas do PSOL que, a despeito da decisão da direção do partido de participar do ato em defesa de Dilma, no Anhangabaú, optaram por ir à Paulista.

"Estamos aqui criando um polo de resistência contra o PT, contra o PSDB e esse Congresso. Aqui nossa luta é para construir uma greve geral para botar pra fora toda essa corja", afirmou Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas.

“Que golpe é esse de que tanto falam? Golpe foi o que o PT deu na classe trabalhadora. Lamento que neste momento, ali no Anhangabaú, o deputado federal pelo PSOL, Ivan Valente, que ainda não perdeu o coração pelo PT, e outros companheiros do PSOL, estejam naquele ato”, discursou. “É uma vergonha para o PSOL que estejam lá junto com Dilma, junto com Lula, traidor da classe trabalhadora brasileira”, disse Babá, integrante da corrente interna do PSOL, a CST, e vereador no Rio de Janeiro.

“Aqui na Avenida Paulista estão os que vieram dizer em alto e bom som que a classe trabalhadora não quer Dilma, mas também não quer Temer", disse Zé Maria, presidente nacional do PSTU. "Não há solução para os problemas que afligem a vida da classe trabalhadora com essa corja que vemos governar o país nesse momento", disse, citando os inúmeros ataques realizados por Dilma para defender os interesses dos banqueiros e empresários.

Fala de Zé Maria

"Sabemos que a solução para a classe não vai vir desse governo, mas de um governo socialista dos trabalhadores que se apoie nos conselhos populares, nas organizações de luta da nossa classe”, afirmou ainda Zé Maria. Mas enquanto não temos esse tipo de organizações, defendeu, "que seja dada ao povo o direito de eleger e escolher quem governar, seja deputado, senador e presidente, por isso defendemos eleições gerais já".

Zé Maria finalizou fazendo um chamado ao MTST e à direção do PSOL para que, ao invés de irem aos atos para defender o "Fica Dilma", que se somem à luta para botar para todos para fora.

Um polo alternativo
Toninho Ferreira destacou a importância de mais um ato em defesa do Fora Todos. “Enquanto Dilma e Temer, o PT, o PMDB e o PSDB, disputam entre si para provar para a burguesia qual dos dois tem mais condições para aplicar o duro ajuste fiscal e ataques aos direitos dos trabalhadores, a CSP-Conlutas e o Espaço Unidade de Ação seguem demonstrando que é preciso construir uma mobilização independente do governo e dos patrões para, de fato, defender os trabalhadores”, avalia.

“Dilma tirou direitos dos trabalhadores e Michel Temer tem o mesmo plano. Por isso, aos trabalhadores só resta a luta. Já são mais de 10 milhões de desempregados no país. É preciso barrar os ataques, botar todos eles para fora, lutar por um plano econômico dos trabalhadores e construir uma nova alternativa neste país”, disse Toninho.