Ajuste fiscal aumenta recessão e desemprego e o plano do governo Dilma é: mais ajuste fiscal!

31/8/2015 - Na sexta-feira, dia 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados sobre a atividade econômica no país que já indicam a chamada recessão técnica (dois trimestres de queda consecutivos). O PIB (Produto Interno Bruto) teve recuo de 1,9% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o primeiro (-0,7%). Em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda é ainda maior: - 2,6%.

O PIB caiu em todos os setores e os resultados mostram a queda em indicadores significativos, como o de investimentos e consumo das famílias. A retração foi de 2,7% na agropecuária, 4,3% na indústria e de 0,7% nos serviços. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que indica o nível de investimentos, recuou 8,1%, enquanto o consumo das famílias teve queda de 2,1%.

Além de recuo da atividade por dois trimestres consecutivos, o quadro geral de alta na taxa de desemprego também é um indicativo de recessão.

No segundo trimestre de 2015, a taxa de desemprego foi de 8,3%, a maior da série histórica segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Trimestral (Pnad), do IBGE, iniciada em 2012.

A população desocupada, equivalente a 8,4 milhões de pessoas, subiu 5,3% em comparação ao trimestre anterior. Na comparação com o segundo trimestre de 2014, subiu 23,5%.

Déficit nas contas públicas e orçamento negativo
As más notícias sobre a economia brasileira não param por aí. Também na semana passada, o Ministério da Fazenda divulgou um déficit primário (valor antes do pagamento dos juros da dívida pública), nos sete primeiros meses deste ano, de R$ 9 bilhões, o pior resultado da série histórica do Tesouro Nacional criada em 1997.

O governo justificou o resultado negativo em razão da redução da atividade econômica e, consequente queda na arrecadação, e pelas desonerações de tributos efetuadas nos últimos anos.

No caso dos subsídios, o governo informou que os pagamentos somaram R$ 18,51 bilhões de janeiro a julho deste ano, contra R$ 5,54 bilhões no mesmo período do ano passado.

Para 2016, a previsão do Orçamento da União também é de déficit. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, entregou nesta segunda-feira, dia 31, ao presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), o projeto do Orçamento de 2016. A proposta foi entregue com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB.

Mais ajuste
Diante dos resultados negativos, que estão sendo sentidos, sobretudo, pelos trabalhadores e pela população mais pobre em razão das medidas de Ajuste Fiscal, governo, empresários e banqueiros defendem mais Ajuste Fiscal. Querem mais cortes nos investimentos sociais, Previdência Social e direitos!

O governo Dilma chegou até a ensaiar a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras), extinto em 2007 e que cobrava 0,38% sobre toda movimentação bancária. Mas, diante da chiadeira do empresariado, disse ter recuado. Contudo, ao apresentar a proposta de déficit no Orçamento para 2016, alegou que o objetivo é “não maquiar” as contas do governo e encontrar “juntamente com o Congresso” uma solução para a crise econômica.

Obviamente que não falam da ilegítima Dívida Pública ou dos subsídios que estão dando às empresas, sem que isso esteja, sequer, garantindo empregos.

Para garantir a meta do superávit primário (que este ano é de R$ 5,8 bilhões) e os lucros de bancos e empresas, a pressão é para que o governo faça mais cortes (logicamente nas áreas sociais e direitos).

E o governo Dilma tem dado demonstrações de que é o que pretende fazer. Somente este ano, o governo anunciou cortes de mais de R$ 80 bilhões no Orçamento, que atingem, em cheio, áreas essenciais à população como serviços públicos, saúde, educação e moradia.

A Previdência Social, com propostas para aumentar a idade mínima para a aposentadoria, segue na mira do governo e a Agenda Brasil, com ataques brutais aos direitos e às condições de vida do povo, são metas do governo.

Todos às ruas no dia 18 de setembro
A classe trabalhadora mobilizada, junto com a juventude e todos os setores populares, tem força para derrotar os ataques que estão sendo feitos pelo governo e pelo Congresso.

A manifestação do dia 18 de setembro, que está sendo convocada pela CSP-Conlutas, CGTB, entidades do Espaço Unidade de Ação e partidos como o PSTU, PCB, PPL e setores do PSOL, é um primeiro passo para construir uma forte mobilização para dar um basta a estes ataques.

Vamos derrotar nas ruas o ajuste fiscal que ataca os direitos e construir uma alternativa dos trabalhadores, de esquerda, ao governo Dilma/PT, Aécio/PSDB, Temer e Cunha/PMDB!