Defender a luta contra a LGBTfobia nas ruas e nas urnas


15/7/2014 -   - Passada a Copa da Fifa, o Brasil entra em um novo ciclo de discussões.  As seleções e o espetáculo da bola saem de campo para dar lugar a outro evento: as eleições de outubro.

A mídia, o governo e a ampla maioria dos partidos políticos se preparam para apresentar um espetáculo. Mobilizam um grande número de profissionais para tentar convencer a população de que todos os problemas serão resolvidos a partir de suas promessas e apenas com o voto na urna.

Para o PSTU, as mudanças que o Brasil precisa virão das lutas e organização da classe trabalhadora, da juventude e setores oprimidos. As eleições são um campo secundário, uma forma para apresentar nosso programa em um período em que as pessoas se mostram mais dispostas a falar sobre política e discutir a importância de fortalecer as lutas.

Nós, da Secretaria LGBT do PSTU, nas eleições deste ano, queremos discutir sobre a transfobia e a homofobia. Queremos trazer as bandeiras LGBT para as lutas da classe trabalhadora, onde estão esses setores oprimidos. No último período tivemos pouquíssimos avanços para os LGBT’s, muito longe do necessário para barrar o aumento da violência e da marginalização. Principalmente das pessoas trans.

O governo do PT, que se mostrava como uma alternativa para a classe trabalhadora, depois de 12 anos acabou trazendo um sentimento de descrença em muitas pessoas em relação aos partidos. Esse sentimento é causado por sucessivas traições e com o distanciamento cada vez maior que esse governo foi tomando das ruas e das lutas.

Os governos PT preferiram se afastar dos trabalhadores e se unir aos empresários e com quem mais lhe traga votos. A Carta ao Povo de Deus apresentada por Dilma, em 2010, foi uma afronta à liberdade religiosa e laicidade do Estado, mas não devemos nos surpreender caso ela seja reeditada, numa versão 2014.

Banhada de ambiguidade e conservadorismo, esta carta é um ataque aos setores oprimidos e um marco da transformação e adaptação do PT em uma grande máquina a serviço do capital.

Os laços entre o governo federal e a bancada religiosa se estreitaram muito nos últimos anos. Dilma sujeitou seu governo à tirania dos setores homofóbicos ao vetar o Kit Gay, sob pretexto de que eles não seriam educativos.

O projeto de lei 122/2006 não saiu do papel e o número de assassinatos por homofobia voltou a crescer. Dentre uma ampla lista de reivindicações, só obtivemos um Dique 100 para denúncias, que não resolve em nada o problema. De que adianta ter dados de denúncias, se eles não serão usados pra nada?

Defendemos a ruptura com a classe que nos explora e que nos oprime. Para nós, tanto o PT de Dilma, quanto Aécio e Eduardo Campos/Marina não são opções para os que lutam por um mundo sem machismo, racismo e homofobia.

Toda opressão serve a uma classe, que lucra e se beneficia à custa do trabalha alheio. A única forma de acabar com a opressão é acabando com os parasitas que exploram e dividem os trabalhadores.

É por esses motivos que nas eleições estaremos unidos para apresentar um programa socialista, com independência de classe, que ouse questionar o atual regime patriarcal. Apresentaremos para a sociedade os candidatos operários, trabalhadores que nunca mudaram de lado, que continuam lutando pelo fim da exploração e opressão.

Não rebaixaremos nosso programa para ganhar votos de fundamentalistas, nem nos vendemos em campanhas milionárias pagas por patrões. Mantemos nosso programa de transformação de sociedade e nossa independência de classe.

Nossa luta não começa e nem termina em outubro. Nossos sonhos não cabem nas urnas. Nossa luta é todo dia, contra o machismo, racismo e homofobia.

Pela aprovação da PLC122/06, que criminaliza a homofobia!

Pela aprovação imediata da Lei João Nery, a lei de identidade de gênero!

Cotas para pessoas trans em concursos públicos e por políticas efetivas no combate à marginalização dessa população!

Por políticas efetivas contra a homofobia e a transfobia nas escolas!

Pela desmilitarização da PM, já!